Nos encontros realizados com as equipes de campanha dos candidatos à Presidência da República, o diretor presidente da ABTP, José Di Bella, apresentou um caderno com as principais propostas do setor em várias versões. Na ocasião, também reforçou a importância dos portos para o crescimento da economia brasileira.
Os primeiros encontrosaconteceram em São Paulo,no dia 31 de agosto.Um dos coordenadores do programa de governo do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o jornalista Eduardo Barella, anotou as propostas e demandas da Associação, ressaltando que os pontos apresentados tinham consonância com as ideias do candidato e do próprio PSDB sobre o papel que deve ser exercido pelo governo como indutor econômico. E deu como exemplo uma entrevista dada pelo economistaPersio Arida à Globonews, afirmando que “o estado não vai investir em infraestrutura, mas criar condições para que o setor privado o faça”.
No mesmo dia,em outro encontro, Di Bella apresentou as propostas à equipe de campanha da candidata Marina Silva (Rede Sustentabilidade), em especial ao coordenador José Paulo Capobianco. Além de algumas perguntas em comum ao encontro anterior, a equipe demonstrou surpresaao tomar conhecimento dos diversos empreendimentos privados em andamento no país, a despeito de tantos problemas e amarras enfrentados pelo setor de portos. E ainda questionou o papel da concessão de licenças ambientais para acelerar ou impedir os investimentos.
O último encontro do dia foi com Diogo Costa, coordenador de campanha do candidato João Amoedo (Partido Novo), responsável pela área de infraestrutura. Na conversa, ele demonstrou que o partido tem uma visão mais afinada ainda com o discurso da ABTP, em prol de um estado menos interventor e menos regulador. Os integrantes da equipe do partido Novo tambémquiseram conhecer a opinião de Di Bella sobre estudos feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em relação a criação de um Conselho Nacional reunindo vários agentes para acelerar decisões de Estado.
No dia 3 de setembro, o quarto encontro, também realizado em São Paulo, foi com a equipe de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT). Marcos Rogério, coordenador do programa de governo do PT, afirmou que a ideia do partido é ajustar os mecanismos de regulação do setor portuário para promover a dinamização da economia.
Além disso, o coordenador comentou que os petistas querem remover obstáculos que impedem o desenvolvimento econômico do país. Disse ainda, que o Brasilsóvai crescer se retomar os investimentos em infraestrutura. Na visão deles, isso passa por uma reforma nos tribunais de contas, sobretudo no Tribunal de Contas da União (TCU), destaque na fala do presidente Di Bella.
Representando o candidato do MDB, Henrique Meirelles, o formulador do programa econômico, José Márcio Camargo, comentou que há uma preocupação conjunta com a ABTP sobre as amarras da regulação do setor, com as dificuldades para desburocratizar os investimentos.
Informou também que há uma percepção do partido de atrofia dos órgãos reguladores e fiscalizadores, algo que acontece não apenas em relação ao TCU, mas também em relação ao Ministério Público Federal.
De acordo com Camargo, entre as dificuldades para solucionar essas questões está à busca por caminhos viáveis para auxiliar o destravamento do setor. No caso das concessões, por exemplo, Camargo entende que concessões ilimitadas, sem interrupção de investimentos, jamais seriam aceitas pelo TCU.
As próximas agendas deverão ocorrer com as equipes de campanha dos candidatos Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL).