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Mulheres do setor de portos debatem logística e competitividade com ABTP

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No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) deu voz ativa a executivas de várias companhias e do governo federal para compartilharem, entre si e com o público em geral, suas experiências pessoais e profissionais nas carreiras portuárias e, também, opinarem sobre a logística e a competitividade dos portos brasileiros. Elas também dedicaram tempo especial para debater o papel da mulher no setor portuário.

Em encontro virtual, as debatedoras se mostraram realizadas pessoal e profissionalmente por terem a oportunidade de seguir carreira nesse setor; defenderam a capacidade das mulheres para as carreiras portuárias e cobraram mais rapidez para aumentar o contingente feminino, ainda muito abaixo do masculino; disseram que a equidade de gênero se comprova como um meio comprovadamente vantajoso para melhorar tanto o ambiente de trabalho quanto para impactar positivamente os resultados das companhias; e abordaram questões relacionadas à competitividade dos portos do Brasil.

O evento foi mais uma edição da série ‘Diálogo com as Associadas da ABTP’, desta vez com o tema “Logística portuária na visão das mulheres”. Também participaram dos debates dirigentes e conselheiros da ABTP, entre outros convidados. As apresentações e os debates podem ser vistos no canal Youtube da ABTP.

“As mulheres ainda desbravam oportunidades de realização profissional em variados segmentos, inclusive no setor portuário. Esse talento merece ser evidenciado a todo momento, e, para que mais mulheres se sintam interessadas em ingressar nas carreiras portuárias, as eventuais diferenças de gênero precisam ser debeladas e o papel da mulher na área portuária reconhecido por todos os que integram o setor”, diz destaca o diretor-presidente da ABTP.

Foco na competitividade

Questionada sobre qual seria o foco da regulação, a diretora do Departamento de Gestão de Contratos da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), Flávia Takafashi afirmou que, considerando-se a livre concorrência no setor portuário, o principal foco da regulação para os portos brasileiros seria a competitividade, de modo a qualificá-la e ampliá-la. “O mercado concorrencial só se aperfeiçoa se tiver competitividade, mas ela não é só numérica”, disse se referindo ao aumento dos terminais privados no país.

“Além de haver mais concorrência entre os terminais portuários, vão ter momentos em que ser competitivo é ter escala, o que vai permitir a competitividade regional ou até mesmo a internacional, e o setor portuário brasileiro é vocacionado para o comércio exterior”, completou.

Sendo assim, complementou, a pressão, inclusive externa, por maior nível de competitividade no Brasil, obriga que “tenhamos mais agilidade, competência, segurança jurídica, atratividade, e promover o arcabouço jurídico-regulatório para alcançar mais competitividade. Senão, vai se gerar prejuízo para o setor portuário e para a infraestrutura como um todo”.

A gerente de Operações Portuárias da Intermarítima, Bárbara Laudano concordou com Takafashi que o setor precisa investir para ser mais competitivo e ter ainda melhores condições de trabalhar com qualidade e segurança nas operações. “Vamos produzir, ser competitivos para termos uma melhor visibilidade no mercado. O diário de bordo do navio conta a história dos nossos portos ao mundo todo. Então, vamos fazer bonito, mostrar que é possível movimentar todos os nossos portos. É a bandeira que eu carrego”, enfatizou. Ela lembrou ainda que o porto deve ter o papel de superar o “desafio de empregar energia para que os clientes se mantenham competitivos” e assim contribuir para movimentar a economia das cidades, dos estados e do país.

Um dos segredos é desenvolver times fortes

Para a superintendente Institucional de Logística da Suzano, Patrícia Lascosque, é possível obter mais eficiência e resultados no setor portuário investindo recursos e atenção para humanizar o ambiente de trabalho e, com essa ‘humanização’, uma característica mais presente nas lideranças femininas, é possível exercer as competências técnicas, o conhecimento, o respeito e, assim, “desenvolver times fortes, que é o segredo de uma operação eficiente. Cuidar da cadeia outbound das fábricas, fazer com que a carga chegue em diferentes modais até os portos de destino, embarcar com eficiência, coordenar a logística, só se consegue quando você forma times fortes”.

Desafio: colocar um terminal em operação em apenas 6 meses

A gerente de Terminais Portuários da Bracell, Patrícia Santos está à frente de um desafio de grandes proporções. Colocar um terminal portuário arrendado para operar a movimentação de celulose de forma competitiva em apenas seis meses, no Porto de Santos, quando o tempo mais adequado seria de 2 anos. Agora, o objetivo, disse, “é começar a movimentar cargas e fazer valer a concessão. Os desafios não são pequenos”. A Bracell, empresa de origem asiática, realiza um dos investimentos mais expressivos em portos no estado de São Paulo dos últimos 20 anos. Patrícia se disse orgulhosa de ter recebido a confiança do board da companhia para lidar com esta questão.

A gerente de Logística do Porto da Hydro Alunorte, Raquel Rodrigues, falou sobre os desafios de logística no Norte do país, entre os quais abastecer com bauxita uma empresa gigante como a Alunorte, dentro de um porto público, o que exige um planejamento robusto junto à refinaria, de modo a garantir os insumos em tempo para a conexão com a movimentação dos navios. Em 2020, o terminal da Hydro Alunorte movimentou 12 milhões de toneladas ou 80% do movimento total do porto público exigindo operações com 290 navios. O desafio de logística abrange ainda ações de prevenção para evitar ter que trabalhar com estoques muito altos, o que pode gerar prejuízos, explicou.

A superintendente Executiva e Relações Institucionais da ABTP, Cláudia Borges, responsável pela organização da série ‘Diálogo com as Associadas da ABTP’, relatou a satisfação da ABTP com o resultado da iniciativa neste 8 de março: “foi um presente poder ter conhecido melhor essas executivas portuárias. Fiquei impressionada em ter acesso a todo esse conhecimento que as mulheres apresentaram sobre a logística e outros assuntos relacionados à gestão de portos. Parabéns às empresas que as contrataram e as valorizam. São excelentes profissionais e têm que aparecer mais para o mundo para contar sobre os desafios que enfrentam”.


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